O balancé da vida

Nos dias que correm, as coisas é muito diferentes do que foram para nós, elas é mesmo muito diferentes. Os miúdos de hoje não saem à rua, não jogam futebol, não brincam à apanhada, não jogam às escondidas, etc. Os miúdos de hoje querem é ficar a jogar computador fechadinhos em casa, namorar apenas pelo messenger e substituir o riso por um 'lol' em voz alta.

Quando tinha 5 ou 6 aninhos, e morava no bairro Norton de Matos, adorava sair de minha casa e correr até à praceta para brincar nos baloiços. Havia um escorrega grande (de onde caí uma vez e me parti todo), uns cavalitos num arco redondo tipo carrossel, e umas cadeiras de baloiço tradicionais.
Há medida que o tempo passou, crescemos e abandonámo-los, baloiço a baloiço. Começámos pelo escorrega: quer pelo facto de nos sujar as calças, quer pelo facto de ficarmos presos logo ao nos sentarmos (eu sei que tu não, Zé); e passámos aos cavalinhos: ao ficarmos mais pesadinhos aquela treta encostava-se logo ao chão...
No entanto, as cadeiras de baloiço ainda hoje se mantêm na nossa vida. É complicado passarmos por uma e não dar uma pequena corrida, para nos apoderarmos antes que alguém a roube. Aquela alegria de, com um simples e pequeno balanço, ultrapassarmos todos os outros, de os ver bem de cima, sabendo que apesar de estarmos condenados a uma descida, ela nos leva a uma nova subida...
Olhem... Nem sei... Faz-me lembrar o balancé da vida...